FATOS e MITOS SOBRE CASTRAÇÃO / ESTERILIZAÇÃO DE GATOS

Infelizmente, ainda existem muitos mitos e preconceitos quanto à castração / esterilização, que acabam por dissimular os imensos benefícios declarados deste procedimento.

Mito: Esterilização de gatos é anti-natural. Devemos deixar a Natureza seguir o seu curso.

Não seria também anti-natural comerem ração, irem ao veterinário, tomarem banho, dormirem dentro de casa? Os animais de estimação são criados por seres humanos para serem seus companheiros. Foi a nossa interferência na natureza que criou esta superpopulação de animais. Nós domesticámos esses seres indefesos e somos responsáveis pela morte de milhões deles anualmente. Isto, sim, é anti-natural! Esterilizar é uma solução humanitária para o problema que nós mesmos criámos.

Mito: As fêmeas devem ter crias pelo menos uma vez e os machos têm necessidade de acasalar.

Não há nenhuma evidência médica que prove isso. Procriação e acasalamento não significam saúde. A vida sexual dos animais segue ritmos biológicos e padrões instintivos, é apenas uma questão hormonal, e não psicológica. Ou seja, o animal sente vontade de copular por estímulos hormonais, e não por necessidade ou porque sinta prazer.

Mito: Eu sei que posso encontrar um bom lar para cada filhote.

A triste realidade é que não há lares suficientes nem lares responsáveis para todos os animais que nascem. A maioria dos cães e gatos acabam nas ruas, abandonados, maltratados. Acabam por ser mortos em laboratórios ou faculdades, ou ainda recolhidos pelos abrigos municipais que também os levarão à morte. Repare que muitos dos animais que se encontram em abrigos foram entregues pelas próprias pessoas que os tinham a seu cuidado. E, mesmo que lhes consiga encontrar um lar, como saber se os futuros donos serão responsáveis e se evitarão a sua procriação? Os filhotes crescerão e terão outros filhotes, agravando o problema; e você não vai estar lá para garantir um lar para todos! Além disso, para muitas pessoas, um animal só é atraente e adorável enquanto é filhote, ou enquanto não destrói o sofá da casa nem faz xixi no tapete, ou enquanto não fica doente. Mais ainda, um animal a mais que você reproduza estará a roubar o lugar a um que já nasceu e que provavelmente será sacrificado por falta de um dono.

Mito: Não é uma ninhada ou duas que farão a diferença.

“Apenas uma ninhada” faz a diferença, sim. “Apenas uma ninhada” contribui para a sobrepopulação de animais, sim. Em menos de um ano, todos os filhotes da ninhada poderão ter ninhadas próprias, que por sua vez darão origem a mais ninhadas. É um círculo vicioso. Todos os dias, milhares de cães e gatos saudáveis têm de ser eutanasiados – e cada um desses milhares de animais veio “apenas de uma ninhada”.

Mito: Os gatos esterilizados são menos ativos.

Os animais não têm o conceito de ego ou de identidade sexual. A esterilização não altera a personalidade do seu animal. Ele não sofrerá nenhuma crise de identidade nem terá nenhuma reação emocional quando esterilizado. Não se esqueça que animais não são seres humanos. A vida sexual dos gatos é desprovida de qualquer romantismo. Eles procriam por instinto pela perpetuação de sua espécie. E não, eles não se “importam” de serem esterilizados.

O mito quanto à inércia do castrado foi desconfirmada. O que se observa nos castrados é mais afeição e menos agressividade. Pesquisas similares realizadas em universidades americanas (EUA) mostraram mais ou menos os mesmos resultados. Em outras palavras: não existe nenhuma prova científica de que uma esterilização prematura tenha conseqüências negativas, mesmo quando se castra um animal a partir de sua 7ª semana de idade.

Mito: Não temos de esterilizar os machos porque não são eles que dão à luz.

Certamente que não é a “concepção imaculada” que explica a gravidez de gatas. As fêmeas não engravidam sozinhas. É preciso um macho e uma fêmea para gerar uma ninhada. Além disso, enquanto que as cadelas só costumam ter duas ninhadas por ano e as gatas três ninhadas por ano, os machos podem fecundar as fêmeas várias vezes por dia! Por outro lado, uma grande percentagem dos animais atropelados consiste em machos não-castrados, e que estão em busca de fêmeas não-esterilizadas.

As vantagens são várias: a fêmea fica livre de câncer de mama e infecções urinárias; o macho não poderá desenvolver câncer de próstata ou de testículos.

Mito: Os anticoncepcionais para gatas são tão bons quanto à esterilização.

Algumas pessoas pensam que podem substituir a esterilização por pílulas ou injecções de anticoncepcionais, mas isso não é de todo recomendável. Tal até pode parecer uma alternativa atraente a curto prazo, mas este método de contracepção prejudica a saúde da sua gata, pois pode causar o desenvolvimento de tumores e infecções uterinas. Além disso, este método não é totalmente seguro e, a médio prazo, fica bastante mais dispendioso do que o preço a pagar por uma esterilização.

Mito: É importante que as crianças assistam ao “milagre do nascimento”.

A maioria das fêmeas precisa de privacidade durante o parto, pelo que não é uma boa altura para assistir. Na verdade, muitas fêmeas procuram refúgios escuros e sossegados, longe da nossa vista, e dão à luz durante a noite. Uma lição bem melhor para as crianças é incutir-lhes sentido de responsabilidade, explicando-lhes por que motivo o seu animal não deve procriar e ensinando-lhes que um animal de companhia é um compromisso para toda a vida e que os animais merecem o nosso respeito, amor e compaixão.

Para ensinar às crianças o “milagre do nascimento”, mais vale alugar um vídeo bem documentado sobre esse assunto. Cada nova ninhada que nasce contribui para as centenas de gatos não desejados que sentem o “milagre da morte” todos os dias nos abrigos municipais do nosso país.

Mito: O meu animal é de raça definida e, como tal, devo/posso acasalá-lo!

Em primeiro lugar, os animais não devem ser tratados como se fossem objetos, mercadorias de consumo ou marionetes humanas.

Em segundo lugar, tal como o seu animal é de raça definida, também um em cada quatro animais que são entregues em abrigos são de raça definida. Enquanto os animais nos abrigos esperam e desesperam por encontrar um dono, não existe qualquer urgência ou necessidade em que mais pessoas comuns (que não sejam criadores oficialmente registrados e que não realizam trabalhos específicos de preservação e desenvolvimento de raças) cruzem animais. Experimente telefonar para um abrigo de animais abandonados e pergunte quantos animais já morreram esta semana. Muito provavelmente não acreditará na resposta...

Em terceiro lugar, a criação profissional de animais de determinada raça é um processo que, além de uma grande responsabilidade social, envolve anos de estudo das características da raça, e jamais deverá ser tentado por alguém inexperiente. Determinados animais poderão ter características indesejáveis que passam para os seus descendentes, sendo por isso totalmente desaconselhável o seu acasalamento. A criação de animais comporta muitos gastos (medicações e suplementações para a fêmea e os filhotes, nutrição especial de primeira linha, vacinas, desparasitação, avaliação genética, prévias simulações de acasalamentos antes de cruzar gatos na prática, exames laboratoriais contra doenças, limpeza, sociabilização, entre outros). Isto sem contar com o tempo gasto, que é algo que nunca se recupera e exigem dedicação integral do criador responsável, além de registros com Pedigrees e habilitação como criador oficial da raça para tanto.

Mito: O meu animal é muito especial e, se o esterilizar, nunca hei-de ter outro igualzinho a ele.

Um gato até podem ser um excelente animal de companhia, mas isto não significa que os seus filhotes serão uma cópia idêntica. Até porque também temos de ter em consideração as características do outro progenitor; não dá para saber se a ninhada sairá parecida com o pai ou com a mãe. Além disso, os filhotes poderão herdar as características de algum avô ou bisavô que possua alguma degeneração, e da qual você nem tenha conhecimento, principalmente se não estiver do Pedigree (documento que atesta pureza da raça através da genealogia do animal). Mesmo os criadores profissionais, que seguem gerações de uma descendência, não podem garantir que obterão as características que pretendem de uma ninhada em particular, e o trabalho de desenvolvimento e características desejáveis realizados pela criação profissional de raças leva gerações para ser obtido, através da seleção de cruzamentos planejados, tornando probabilidades amadoras ainda mais remotas. Na verdade, uma ninhada poderá herdar todas as piores características de um ou dos dois progenitores. Se desejar assim tanto um filhote, faça por favor uma visita ao abrigo de animais mais próximo de sua região e salve uma vida que foi abandonada, vítima da degeneração de raças.

Mito: O meu animal nunca sai sozinho de casa, então não preciso esterilizá-lo!

Podem ocorrer acidentes mesmo no perímetro de nossa casa, já que outro animal poderá encontrar uma forma de saltar seu muro do jardim/quintal, por exemplo. Por outro lado, o seu animal poderá aproveitar uma porta ou um portão aberto para fugir. Quantos gatos não fogem ou desaparecem de suas casas? Além disso, os benefícios de saúde da esterilização, por si só, justificam a esterilização plenamente.

Mito: Durante o cio, mantenho macho e fêmea separados. Eles não têm de ser castrados / esterilizados, pois assim não será possível a fêmea engravidar.

Separar um macho de uma fêmea em cio não é tarefa fácil, ainda mais mantê-los separados por muito tempo. Os machos são capazes de quase tudo para chegar perto de uma fêmea em cio, desde pular muros, abrir portões ou empurrar portas. Respondendo ao instinto, a própria fêmea pode encontrar uma forma de fugir em busca de um macho para acasalar. Além disso, o cio pode durar até semanas. Já imaginou o que é ouvir constantemente choros e evitar tentativas de aproximação dias e dias a fio? Além de ser desgastante para os animais, é também bastante cansativo para o dono conseguir manter os animais separados. O mínimo descuido pode dar origem a uma gravidez indesejada. Por outro lado, os benefícios de saúde da esterilização, por si só, justificam plenamente a esterilização.

Mito: O meu gato é de porte pequeno e meu Maine Coon é de porte grande (ou vice-versa). Não é necessário castrá-los nem sequer separá-los quando a gata estiver em cio, pois eles assim não conseguem acasalar.

Mesmo sendo de portes diferentes, macho e fêmea podem conseguir acasalar. Por exemplo, uma fêmea de porte grande poderá deitar-se para acasalar com um macho de porte pequeno. Não dá para facilitar. Além disso, como temos aqui nos referido, os benefícios de saúde da esterilização, por si só, justificam-na plenamente.

Mito: O meu animal vai ficar gordo depois da castração.

Poderá ocorrer um aumento do apetite devido à alteração hormonal, mas o seu animal só engordará se ceder aos seus caprichos e aumentar a quantidade de comida. Qualquer animal que tenha uma dieta balanceada e faça exercícios regularmente não ficará gordo.

Pesquisas nos EUA ainda mostraram que animais castrados em tenra idade não comem mais nem menos que os não castrados e que são tão ativos quanto eles. Animais não castrados, no entanto, apresentam menos gordura geral e peso, daí a recomendação veterinária de reduzir a ingestão de calorias para animais esterilizados.

Mito: Se for castrado, o meu gato vai perder o instinto de proteção.

A esterilização não altera a personalidade do seu gato nem afeta o seu instinto natural de proteção e afetividade para com toda a família. Na verdade, sendo esterilizado, o seu gato terá menos tendência a fugir. Repare que ele não poderá nem ao menos se auto-proteger estiver a vaguear pelas ruas à procura de fêmeas em cio.

Mito: O comportamento de um animal altera drasticamente após sua castração / esterilização.

Os animais esterilizados têm muito menos tendência a estressar e a fugir, ficando assim mais caseiros e longe dos diversos perigos das nossas ruas. Os machos castrados brigam menos por fêmeas. Os gatos esterilizados tendem a reduzir a marcação de território com urina ou deixam mesmo de apresentar este comportamento, consoante a idade em que foram adaptados para companhia. Se forem esterilizados antes de desenvolver o hábito de marcar território, este comportamento nunca surgirá pois sofrerão de Cios pscológicos.

Mito: Se esterilizado, o meu animal pode vir a sofrer de problemas urinários ou de incontinência urinária.

Dra. Patricia Olson pesquisou incontinência urinária em fêmeas esterilizadas. Descobriu que a mesma é bastante incomum e quando ocorre deve-se raramente à falta de estrógeno e é geralmente causada por bactéria ou outros fatores.

Quanto ao sistema urinário, não foram registrados efeitos negativos e quanto aos órgãos sexuais internos, esses pareceram mais “infantis” nos animais esterilizados em tenra idade, o que não significa risco algum para a saúde do animal!

Neste caso, veterinários mais experientes para a questão da esterilização em fêmeas e castração em machos têm se valido de suas práticas empíricas quanto a melhor idade para se castrar gatos, em especial, gatos da raça Maine Coon, que apresentam peso e porte diferenciado em tenra idade frente a outras espécies felinas, antes do primeiro Cio. Resultados satisfatórios apontam que a cirurgia já pode ser feita antes do primeiro Cio a partir de 12 a 16 semanas de vida em filhotes de nossa raça, sem contra-indicações.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como identificar se o site é criado em Joomla, Blogspot, Wordpress, Magento e Moodle, etc

Feliz aniversario velhinho !!!!