Quando chega a hora de dizer adeus

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Decidir pela eutanásia de um animal de estimação não é uma tarefa fácil. Esse processo exige dos donos muita compreensão sobre o momento que o bicho está passando, e muita sensibilidade por parte dos médicos veterinários para explicar quando o sofrimento do animal torna-se maior do que a vontade de que ele continue vivo.
Em 2008, o Conselho Federal de Medicina Veterinária alterou as metodologias preconizadas para a eutanásia em animais. Uma alteração importante foi a proibição do uso de CO e CO2, como utilizado na polêmica “câmara de gás”. A legislação indica o procedimento apenas para casos em que o bem-estar do animal está ameaçado, ou seja, como uma forma de eliminar a dor e a angústia do bichinho.
A médica veterinária Raquel Sillas, do Hospital Veterinário Batel, explica que a eutanásia deve ser realizada apenas em situações em que o animal não tem mais qualidade de vida: quando não come mais e não demonstra vitalidade. “A primeira pergunta que os donos fazem é se ele vai sofrer. E a resposta é não, na eutanásia ele não sente nada”, explica.
Como funciona
Em um processo de eutanásia, assim que o animal chega ao médico veterinário, ele recebe uma sobredose de anestesia. Em alguns casos, dependendo do estado clínico do paciente, a morte acontece nessa etapa. Caso não ocorra, após a anestesia ele recebe também uma medicação que causa uma parada respiratória.
O médico veterinário José Car­­los Kloss Filho, do Hospital Vete­rinário Santa Mônica, conta que o procedimento não demora mais do que cinco minutos, independentemente do porte do animal. “É muito tranquilo para todos. Não há reação porque o paciente está anestesiado, perde a consciência.”
Equívocos
Ele explica que ainda chegam ao hospital donos de cães e gatos que solicitam a eutanásia, mesmo havendo possibilidade de tratamento. “Mas nós não realizamos porque sempre que há possibilidade, mesmo que mínima, de investir em tratamento, é nosso dever fazê-lo.”
A decisão de realizar a eutanásia deve ser tomada pelo médico veterinário junto com o dono do animal. O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR), Massaru Sugai, aponta que é importante para o profissional demonstrar que o método é importante, e que só deve ser utilizado como último recurso. “Nin­­guém gosta de fazer a eutanásia. O médico veterinário precisa ter sensibilidade para dizer que é difícil, mas necessário naquele momento”, explica.
Quando fazer
Juliana Tracz, farmacêutica e bioquímica.
“Bruna estava sofrendo”
Minha fila brasileiro Bruna morava comigo e com meus pais. Por complicações de alguns anos de gravidez psicológica, desenvolveu câncer de mama. Ela fez cirurgia para a retirada dos nódulos, mas ocorreu metástase. Dois anos e meio depois ela começou a apresentar problemas de locomoção, que foram se agravando, até que ela não levantou mais. A Bruna se arrastava em seu canil e estava sofrendo. A eutanásia foi realizada comigo ao lado dela, o tempo todo. Não a vi sofrer, foi tudo muito rápido. É lógico que meu coração estava despedaçado, mas fiquei satisfeita por colocar um fim em seu sofrimento. Fizemos a eutanásia em 2005, mas falamos nela e contamos suas histórias até hoje.
Mauro Iplinski, corretor de seguros.
“Royce me viu e ficou feliz”
O nosso boxer Royce sempre foi muito especial para a gente. Ele estava com 14 anos, sempre foi muito grande e estava bastante debilitado pela idade avançada. Teve vários problemas de saúde, até que foi diagnosticado um câncer de medula. Em casa, concordamos que ele não ficaria sofrendo. O ápice foi uma convulsão de madrugada, em que ele foi internado. No dia seguinte, fui até a clínica e, quando ele me viu, ficou muito feliz. O médico veterinário perguntou se eu queria acompanhar, então entrei com ele na gaiolinha e o coloquei no colo. O semblante dele era de tanto sofrimento que não tinha como adiar mais. Foi muito difícil, por mais que a gente saiba que essa foi a decisão certa.
Saiba se o caso do seu bichinho necessita de eutanásia
SIM
A eutanásia só deve ser realizada quando não há mais como tratar o animalzinho, e o sofrimento dele não pode mais ser aliviado. É obrigatória a participação de um médico veterinário no processo, que deve seguir a legislação do Conselho Federal de Medicina Veterinária.
NÃO
A eutanásia não deve ser realizada em casos em que há tratamento como, por exemplo, um acidente que provoque a perda das patinhas do animal. Existem rodinhas adaptadas que o ajudam a se locomover normalmente. Agressividade também não é motivo para eutanásia: adestramento e psicologia animal existem para tentar reverter problemas relacionados a comportamento.
Em Tempo minha opinião , eu acredito que o melhor é deixar a natureza seguir o seu curso e não brincar de Deus e decidir quem vive e quem morre. Riomar Bruno
Fonte: Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PR)e médicos veterinários Raquel Silas, do Hospital Veterinário Batel e Carlos Kloss Filho, do Hospital Veterinário Santa Mônica.

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